UM CÃO NO SAPATINHO DE NATAL...
Não há duas sem três, diz-se por aqui com uma frequência surpreendente.
Faço jus à expressão.
Depois de vários presentes inesperados – um galo, foi um dos mais originais –, o meu “sapatinho” de Natal foi recheado/reforçado com um cão bébé que a Manuela e o João afirmam ter nascido na noite do Solstício de Inverno.
Num cesto de verga forrado a flanela com motivos natalícios lá estava "ele" alheio ao que se passava e… ao meu espanto.
O pêlo é acinzentado, as pernas longas… “os olhos parecem esverdeados”, dizem-me.
Dorminhoco, muito dorminhoco, digo eu.
Afinal só tem meia dúzia de dias.
Confesso que não lhe consegui resistir.
Peguei-lhe ao colo.
Aconchegou-se ( ou pareceu-me…) e continuou a dormir.
Direi que foi “amor à primeira vista”.
Lá se foi a minha resistência a ter um cão.
Uma condição, por mim, sugerida foi aceite por unanimidade – passará o primeiro mês com a mãe.
Claro que terei direito a “visitas” diárias para nos habituarmos um ao outro...
Surgiu no momento certo.
Estou disponível para o cuidar e para o educar… para o passear e… para ver alguns estragos na casa e no jardim.
Foi um presente “precioso” porque é um descendente de um cão que me acompanhou na minha juventude.
Um braque alemão.
Era um perdigueiro lindo. Leal. Brincalhão.
Tejo de seu nome.
Esse, tenho a certeza, que tinha uns olhos esverdeados de uma beleza rara.
Eram meigos e pareciam falar.
Claro que já dei nome ao cão.
Optei pelo que me veio à mente em primeiro lugar.
Natal.
Simplesmente.
CUIDE DE SI.
GOSTE DE SI.
Imagens: Picasso e Alice no Pais das Maravilhas