QUANDO OS SAPATOS "VIRAM" ARTE
Durante anos rendi-me um pouco aos ditames da moda.
Por vezes, foi complicado caminhar nas calçadas de Lisboa sobre saltos muito altos e finos.
Mas moda..era moda.
Nunca atentei muito na "linguagem subtil" que este ou aquele modelo de sapatos poderiam anunciar.
Era moda, gostava... e ponto final.
Não digo que não li, com atenção, as teorias de Freud e Jaques Lacan sobre o assunto.
Curiosas. Discutíveis, por certo.
Com o passar dos tempos o gosto por usar determinado tipo de sapato -sempre elegante, para mim! - passou a ser substituido por um olhar mais critico e distanciado sobre o design que, estação após estação, os Criadores iam apresentando.
Nessas colecções nem sempre a beleza e a comodidade são valores primordiais.
O insólito, o espectacular, o inesperado são muito importantes para facturar milhões.
Criam-se tendências...apetências, sonhos.
Quando os saltos atingem os 20 cms...pergunto-me como alguém os consegue usar no dia- a- dia e que consequências, a médio e longo prazo, poderão ter para a saúde.
Nos últimos tempos tenho acompanhado a carreira de Nicholas Kirkwood e os seus "stilettos", e devo confessar que olho alguns dos seus modelos como se de verdadeiras obras de Arte se tratasse.
Não serei, por certo, única.
Gente famosa disputa os seus modelos que rivalizam com os do conceituado Christian Laboutin
Cláudia Schiffer e Sarah Jessica Parker são exemplos disso.
Não sei se os encaram como uma "peça de Arte"...ou uma forma de reforçar um "status".
Usam-nos, simplesmente.
Vale a pena olhar com atenção o design repleto de fantasia e cor criado por Nicholas.
Ora veja:
O que me diz deste modelo que integrou a colecção inspirada em "Cinderela", um exclusivo para o "Printemps", Paris??