PASSEAR COM UMA RAPOSA...PODE ACONTECER
Se me contassem não acreditava.
"Passear com uma raposa sem dar por isso...na maior das tranquilidades"
Aconteceu mesmo
Ontem o tempo permitiu uma caminhada. Frio muito. Abundante, o ar puro, que me despertava de uma semana trancada em casa e me vivificava os pulmões e, especialmente, a alma. Não simpatizo muito com chuva...
Deixei a quinta dos meus Amigos e, acompanhada por uma garrafa de água, um mini termos com chá quente e uns quadrados de marmelada que me foram colocados na mochila sem direito a reclamar, encaminhei-me pela estrada que leva à ribeira e dali à serra.
Concentrar-me na respiração e nos rumores que as águas me trazem é um exercício pacificador, relaxante.
As preocupações desaparecem sem dar por isso.
O tempo voa...(Vou-me regulando pelo relógio da aldeia que anuncia os "quarto, as meias e as horas".)
Pois, acreditem ou não, foi ao parar junto a um café que me dei conta de que era acompanhada por uma raposa... não o cão que, por vezes, me acompanha e cujo nome desconheço.
"Ora venham ver ...a "senhora" hoje vem acompanhada por uma raposa".
Olhei incrédula.
Julgei tratar-se de uma das brincadeiras do Luis , conhecido por uma imaginação sem limites.
Não era.
Era mesmo uma raposa, pequena, bem parecida com um cão. Ou seria que o inesperado/inacreditável nem me levantou suspeitas?!
Não sei.
Com ela partilhei parte do caminho, quadrados de marmelada e...pensamentos verbalizados..
Segundo me disseram as raposas, veados e esquilos descem a serra para se alimentarem.
"Não fazem mal se não os provocarmos. Com os lobos a conversa é outra".
Esquilos...esses já os vira quando se me anteciparam na "apanha" das nozes...
Veados, raposas...nunca tinha vislumbrado por perto da aldeia.
Interrogo-me sobre o que teria feito se tivesse descoberto que era seguida por uma raposa e não um cão.
Não sei se encararia o facto com muita naturalidade... Não sei mesmo!
Um abraço
Cuide de si. Goste de si.
Imagens: arquivo pessoal e municipal