UMAS TARDES TRANQUILAS
Com a chuva e o frio que se fez sentir durante o fim de semana, refugiei-me nos livros e acabei por ver um pouco de televisão.
Não passo muito tempo frente ao ecran, confesso.
Demasiados comentadores, demasiadas novelas, demasiada publicidade...
Acabei por reler um livro - O Rochedo de Tanios de Amin Maaloof.
"Na aldeia onde nasci, os rochedos têm nome. Há o Navio, a Cabeça do Urso, a Emboscada, o Muro, e também os Gémeos, conhecidos ainda pelos Seios do Vampiro....
Com o aspecto de um trono magestoso, cavado e como poído no local do assento, com um espaldar alto e direito, que baixa de cada lado à laia de braços - é o único, creio eu, que tem nome de homem, o Rochedo de Tanios...."
Assim começa este romance que nos envolve de enigmas, de emoções e de peripécias.
Nele encontramos um condutor de mulas verdadeiramente sábio, um xeque chamado Francis, uma prostituta da Geórgia, um patriarca que a morte espera, emboscada por detras de uma espingarda do cõnsul de Inglaterra...e uma mulher - Lamia - que transporta a beleza como uma cruz.
A narrativa é tão tão real que, não raras vezes, me senti arrastada para outras paragens...
Duas tardes bem passadas, podem crer.
Amin Maloof nasceu no Libano em 1949.
Depois de completar os estudos em Sociologia e Economia resolve dar uma volta de 360 graus à sua vida - abraça a carreira de jornalista.
Grandes reportagens e grande rigor marcam esta etape da sua vida.
De jornalista a escritor foi um passo.
Leão , o Africano, As Cruzadas Vistas pelos Árabes, Samarcanda ( um dos meus preferidos), Os Jardins de Luz, O Século Depois de Beatriz, são livros que ´viraram sucesso. Alguns deles premiados.
Amim Maaloof vive desde 1976 em Paris.