AROMA A NÃO PERDER
Gabrielle Chanel viveu momentos de grande alegria e de profunda tristeza em Veneza.
Ali se "despediu" do grande amor da sua vida - Boy Capel - vitima de um acidente de viação, em 1919.
Dizem os seus biografos que esse tempo de dor a conduziu a uma certa introspeção que viria a influenciar toda a sua vida. O seu "estilo" não foi excepção.
Dizem alguns especialistas que o sofrimento pode conduzir a processos criativos.
A autênticos processos de renovação.
Afinal não é a noite a outra face do dia?
O desaparecimento de Boy Capel "deu vida a outra vida", conduziu a outros caminhos que a transformariam num dos maiores mitos da Moda do século XX.
Não admira que a sua vida e obra façam "correr tinta" e originem alguns livros fabulosos, algumas teses de mestrado.
Chanel...é Chanel!
Quem de nós não gosta das suas bolsas, das suas pérolas, dos seus taillueurs, dos seus sapatos bicolores....da "la petite robe noire" que Audrey Helpburn imortalizaria no filme Breakfast at Tiffany’s?!
Lagerfeld tem sabido reinterpretar o seu estilo único.
Os perfumistas conseguem seguir um estilo, uma forma de estar independente mas ultra feminina - a da Demoiselle Chanel.
Para assinar mais um aniversário da fragrância Coco ou para homenagear a fundadora da Maison, surge uma eau de parfum sedutora e intrigante - Coco Noir
Segundo o perfumista Jacques Polge, "a criação de Coco Noir Eau de Parfum exigiu uma pesquisa profunda que considerou as tradições da grife e outras fragrâncias históricas, como Coco e Coco Mademoiselle. É o que costumo chamar de cultura ‘Chanel Coromandel’, é o que se vê e se sente ao entrar no apartamento onde ela [Gabrielle Chanel] viveu.
Lançado em 1984, o perfume Coco apostava em acordes amadeirados, florais e frutados, uma homenagem à sensualidade e essência femininas.
Em 2001, Coco Mademoiselle revela uma explosão de flores e frutos, uma explosão de "sensualidade inocente".
Com Coco Noir Eau de Parfum (lançado esta semana) surge " um grande barroco nocturno, um passeio pelo universo de Gabrielle Chanel, que trouxe para as suas criações e para a sua vida pessoal todo o glamour da cor preta e a atmosfera elegante e discreta de Veneza, um de seus destinos favoritos aos pés do Mediterrâneo..."
Se analisarmos a filosofia que esteve na base da fragrância, podemos concluir que o objacetivo era "interpertar olfactivamente o negro", cor de eleição de Chanel.
Jacques Polge fê-lo de uma forma sublime.
As notas de abertura são citricas: bergamota de Calábria e toranja.
No coração, um bouquet floral sedutor e feminino - rosas, narcisos e jasmim.
As notas de fundo apelam à sensualidade, à envolvência, ao tempo sem tempo ...
Fava Tonka e cumaru do Brasil, patchouli ida Indonésia, sândalo,almíscares brancos, baunilha, tudo em quantidades perfeitas.
O frasco de Coco Noir segue o clássico estilo dos anos 80, idêntico ao da fragrância Coco que, por sua vez, seguia a linha do célebre Nº 5 .
Design retangular e tampa lapidada como uma grande pedra preciosa.
Cor? Obviamente, preto, a cor preferida de Gabrielle Chanel.
Se Coco vestiu a Mulher, em 1926, com "La Petite Robe noire"... a Maison Chanel "veste" de preto o frasco mitico que Coco escolheu com o perfumista Ernest Beaux.
Quem lhe vai resistir?!
Deixo-vos com uma frase de Chanel: "Uma mulher só precisa de duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a ame”