Hoje foi o meu primeiro dia de praia.
Uma praia deserta quando cheguei. A maré baixa convidava ao passeio matinal. Uma temperatura simpática.
Quando me preparava para abandonar o areal, começaram a chegar algumas dezenas de “banhistas”.
(Imaginam o que é usufruir, em exclusivo, de uma praia?
Um momento único em que os quatro elementos pareciam restabelecer em mim a ligação à Natureza, à harmonia primordial)
Devo dizer que procuro “cumprir” rigorosamente as regras de uma exposição solar "correcta e sem riscos".
Faço exactamente aquilo que vos aconselho.
- Evito os raios solares entre as 11H00 e as 16H00.
- Evito as superficies reflectoras,
- Reaplico regularmente o protector solar. Estou a usar produtos da Thalgo, Lierac e Phito, que adoro.
- Uso chapéu de abas largas...não dispenso os óculos escuros...nem as roupas de fibras naturais.
Confesso , no entanto que estou a ficar perplexa com estas "regras de exposição aos UV".
Porquê?
A Universidade de Edimburgo (Inglaterra) publicou um estudo que lança um novo olhar sobre o sol, as suas propriedades e malefícios.
O sol, afirma o estudo, reduz o risco de doenças de coração.
Os cientistas demostraram que "a exposição da pele aos raios ultravioleta ajuda a diminuir a tensão arterial, a reduzir o risco de ataque cardíaco e de derrame".
Mas não só.
Demonstraram que os benefícios da diminuição da tensão arterial superam, em muito, o risco de desenvolver cancro de pele"
Mas não é tudo.
Os estudos referem a importância da Vitamina D para contrariar o risco de cancro, inclusive o da pele.
Este estudo vem, não só, contestar o "argumento do medo de melanoma", como demonstra que o sol tem outros benefícios que vão além da vitamina D.
Um mecanismo especial
"Segundo os dados fornecidos pelos cientistas ingleses, as doenças cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais (derrames) ligados à tensão alta causam 80 vezes mais mortes do que o cancro de pele.
O estudo demonstrou que, quando a nossa pele é exposta aos raios do Sol, é libertado um composto nos vasos sanguíneos que ajuda a baixar a tensão arterial.
A produção deste composto redutor da tensão arterial - chamado óxido nítrico - é independente da fabricação de vitamina D pelo corpo, que também aumenta após a exposição à luz do Sol"
Até agora, dizem os cientistas, acreditava-se que o único benefício do Sol para a saúde humana era a produção da vitamina D"
Benefícios da luz do Sol para o coração
Os pesquisadores estudaram a tensão arterial de 24 voluntários que se sentaram sob lâmpadas de bronzeamento para duas sessões de 20 minutos cada.
Foram usadas lâmpadas de bronzeamento porque os cientistas queriam isolar o efeito dos raios ultravioleta (UV), normalmente associados ao cancro de pele, dos efeitos apenas do calor da luz solar.
Os resultados mostraram que a tensão sanguínea diminuiu significativamente durante uma hora após a exposição aos raios ultravioleta, mas não depois das sessões somente com calor.
"Isso comprova, dizem os cientistas, que são os raios UV do Sol que geram os benefícios para a saúde. Os níveis de vitamina D dos voluntários permaneceram inalterados em ambas as sessões, provavelmente por estarem associados com outros comprimentos de onda da luz.
Nós suspeitamos que os benefícios da luz do Sol para a saúde do coração superam o risco de cancro de pele. O trabalho que fizemos revela um mecanismo que pode explicar isso, e também explica por que os suplementos dietéticos de vitamina D por si só não são capazes de compensar a falta da luz solar.
Agora pretendemos estudar os riscos relativos de doenças cardíacas e de cancro de pele em pessoas que receberam diferentes quantidades de exposição ao Sol.
Se confirmarmos que a luz solar reduz a taxa de mortalidade por todas as causas, então teremos de reconsiderar os nossos conselhos sobre a exposição ao Sol," disse o diz Dr. Richard Weller, coordenador do estudo.
Em que ficamos?
No "meio termo está a virtude.
A sabedoria popular afirma: "casa onde não entra sol...entra o médico"
BOAS FÉRIAS SE FOR CASO DISSO
Fonte: International Investigative Dermatology conference via Eurekalert (AAAS) Sunshine.
Creighton University School of Medicine do Nebrasca
Jornal da Saúde
Imagens: Botero, Picaso, Emilio Pucci e arquivo pessoal