“Madame Grès, la couture à l’œuvre”
SE VAI A PARIS, NÂO PERCA
“Eu queria ser escultora. Para mim, trabalhar a pedra ou o tecido é a mesma coisa”.
Madame Grès
Apesar do Musée Galliera, mais conhecido como o Museu da Moda de Paris, estar fechado para remodelação, as exposições cumprem o objectivo de divulgar a Moda, a Oitava Arte, em minha opinião.
Aliás, nestes últimos tempos as retrospectivas de Costureiros e estilistas multiplicam-se: Dior esteve em Moscovo, Jean Paul Gaultier está no Canadá, Vuitton na China...
Madame Grès, la Couture à L'Oeuvre, é o nome da exposição que nos revela um pouca da vida e da obra de Madame Grès (1903-1993) presente no Museu de Escultura Bourdelle. Creio quenão poderia ter sido melhor escolhido.Afinal ela desejava ter sido escultora.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Germaine Émilie Krebs (1903-1993), Alix Barton e mais tarde Madame Grés foi uma das maiores estilistas do século XX. À Moda dedicou 50 anos da sua vida.
Tinha um sonho: ser escultora mas decidiu-se por criar verdadeiras esculturas em tecido, muitos delas inspiradas em túnicas da Antiguidade Clássica. "Trabalhar em tecido é o mesmo que trabalhar com pedra", dizia frequentemente.
Inaugurou a sua Maison Couture em 1942 e criou até 1998.
Conhecida pelos seus fabulosos plissados e drapeados, Madame Grès, era uma mulher elegante e sofisticada - os seus turbantes são conhecidos! -, que "odiava" o social" pelo que são raras as suas fotografias.
Para as suas criações que serviram de inspiração a muitos Costureiros e Designers - Yves Saint Laurent, Issey Miyake ou Azzedine Alaia, são exemplo disso-, elegeu um tecido: o jersey, fácil de moldar.
A perfeição das suas "toilles" era tal que, ainda hoje, são "dissecadas" por estudantes de Design, Estilistas e Criadores.
Não terá sido por acaso que Pierra Bergé ( Maison Saint Laurent, actualmente, Presidente da Fundação Y.S.L) afirmou: Madame Grés é uma das razões pelas quais entramos na moda ".
Entre as suas clientes nomes famosos da aristocracia, cinema e espectaculo. Jackie Onassis, Greta Garbo, Grace Kelly, Marlene Dietrich e a Duquesa de Windsor eram fãs.